Trombose na Gravidez: por que ocorre e como prevenir?

A trombose ocorre quando há a formação de um coágulo (trombo) em um vaso sanguíneo, impedindo ou restringindo o fluxo normal de sangue. Embora também possa ocorrer nos membros superiores e região pélvica, o mais comum é que a trombose acometa pernas e coxas.

Os coágulos podem se formar nas veias (trombose venosa) ou artérias (arterial). A trombose arterial é menos comum que a venosa, mas ambas podem se manifestar de forma semelhante.

Durante a gravidez, o organismo sofre diversas alterações e entra em um estado de hipercoagulabilidade, o que significa que as mulheres grávidas têm um aumento natural na propensão à formação de coágulos. Isso eleva consideravelmente a chance de se desenvolver trombose!

Por que a gravidez pode provocar hipercoagulabilidade?

Diversos fatores podem contribuir para que o corpo se torne mais suscetível à formação de coágulos durante a gravidez. Um deles é o crescimento do útero, que pode comprimir as veias da pelve, dificultando o retorno venoso das extremidades inferiores e causando assim a estase venosa (estagnação do sangue na veia).

Outros fatores que também podem favorecer a hipercoagulabilidade durante a gravidez são:

• O ganho de peso e acúmulo de gordura (obesidade) adquiridos durante a gestação;

• Alterações hormonais;

• Lesões vasculares;

• Idade materna avançada;

• Gravidez múltipla;

• Complicações na gravidez, como pré-eclâmpsia ou síndrome antifosfolipídica.

Fatores genéticos e o histórico familiar também são um importante indicativo de que a condição pode se desenvolver.

Quais são os sintomas da trombose na gravidez?

Os sintomas de trombose venosa profunda (TVP) durante a gravidez podem variar de acordo com as individualidades de cada caso. Entretanto, os mais comuns são:

• Dor ou Sensação de Peso na Perna: a dor pode ser descrita como uma sensação de aperto, cólica ou dor profunda nas pernas. Pode começar na panturrilha e se estender para a coxa;

• Inchaço: pode ocorrer inchaço em uma perna, muitas vezes acompanhado de sensação de calor;

• Vermelhidão: a pele sobre a área afetada pode ficar avermelhada;

• Aumento de Calor na Área Afetada: a pele sobre o coágulo pode ficar mais quente ao toque;

• Mudanças na Coloração da Pele: a pele sobre a área afetada pode adquirir uma tonalidade azulada.

Vale reforçar que os sintomas, assim como sua intensidade, podem variar. Existem até mesmo casos em que a trombose se manifesta de forma discreta, sem sintomas óbvios, ou que pode ser confundida com outras condições, como distensões musculares. Assim, é indispensável buscar orientação médica ao perceber qualquer sinal ou sintoma.

É possível prevenir a trombose na gravidez?

Uma das principais formas de se prevenir a trombose durante a gestação é evitar que as pernas fiquem paradas por muito tempo, como em longas jornadas de trabalho ou viagens.

Exercícios físicos especiais para gestantes auxiliam a manter o corpo em movimento, além de ajudar a combater o acúmulo de gordura e ganho de peso que também podem levar ao desenvolvimento da condição. Uma boa alimentação e o abandono de hábitos prejudiciais, como o tabagismo, também contribuem positivamente.

O uso de meias de compressão também pode ser muito positivo e costuma ser recomendado para gestantes que fazem parte dos grupos de risco. Em casos mais sérios, o médico responsável também pode receitar medicamentos anticoagulantes.

Estas duas medidas (meias de compressão e medicamentos) também são as principais formas de tratamento quando a trombose é diagnosticada, acompanhadas por recomendação de bastante repouso e monitoramento frequente.

Para o diagnóstico, a análise clínicas, exames de imagem e laboratoriais são de grande ajuda. Procedimentos como o Dímero D, Trombofilias Diagnóstico Molecular, Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado e diversos outros, são alguns exemplos de exames complementares que podem auxiliar o profissional a identificar a doença e orientar sobre o tratamento adequado.

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