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Lúpus: quando o sistema imunológico ataca o próprio corpo
Publicado em 09/02/2024

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES, ou apenas lúpus), é uma doença inflamatória causada por ataques do sistema imunológico ao próprio organismo. Pode afetar inúmeros órgãos e tecidos, como articulações, células sanguíneas, rins, coração, pulmões, cérebro e pele.
De acordo com um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), estima-se que a doença afete cerca de 65 mil brasileiros, entre 20 e 45 anos de idade, sendo a maioria mulheres. O estudo ainda indica que entre as mais de 80 doenças autoimunes conhecidas, atualmente, o lúpus é uma das mais graves.
A doença é um dos temas abordados no Fevereiro Roxo, juntamente com fibromialgia e Alzheimer. A campanha tem o objetivo de alertar e promover a conscientização sobre essas doenças crônicas.
Quais são os principais sintomas do lúpus?
Os principais sintomas do lúpus podem ser divididos em gerais e específicos, dependendo da parte do corpo afetada. É importante sempre lembrar que a doença, assim como diversas outras, manifesta-se de maneira individualizada, e a intensidade e a quantidade de sintomas variam de pessoa para pessoa.
Os principais sintomas gerais são:
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Fadiga: cansaço extremo e persistente, mesmo após o descanso.
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Febre: geralmente baixa, mas pode ser alta em alguns casos.
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Dor nas articulações: principalmente nas mãos, punhos, joelhos e pés.
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Rigidez muscular e inchaços: nas articulações e músculos.
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Rash cutâneo: vermelhidão na face em forma de "borboleta" sobre as bochechas e a ponta do nariz.
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Lesões na pele: que surgem ou pioram quando expostas ao sol.
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Perda de peso: sem causa aparente.
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Perda de apetite: desânimo para se alimentar.
Já os sintomas específicos mais comuns são:
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Cérebro e sistema nervoso: cefaleia, dormência, formigamento, convulsões, problemas de visão, alterações de personalidade, psicose lúpica.
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Pulmões: dificuldade para respirar, dor no peito ao inspirar profundamente.
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Coração: ritmo cardíaco anormal (arritmia).
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Rins: inflamação e problemas de funcionamento.
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Sangue: anemia, leucopenia, linfopenia, plaquetopenia.
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Trato digestivo: dor abdominal, náuseas e vômito.
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Olhos: inflamação, sensibilidade à luz, problemas de visão.
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Fígado: aumento do tamanho.
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Baço: aumento do tamanho.
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Gânglios: aumento do tamanho.
Outros sintomas que também são vistos em pessoas com lúpus:
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Sensibilidade ao sol: piora das lesões na pele e outros sintomas após a exposição solar.
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Febre sem causa aparente: pode ser um sinal de que a doença está ativa.
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Linfonodos inchados: geralmente no pescoço, axilas e virilha.
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Dor no peito: pode ser um sinal de inflamação do pericárdio (membrana que envolve o coração).
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Dificuldade para respirar: pode ser um sinal de inflamação da pleura (membrana que envolve os pulmões).
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É importante ressaltar que nem todos os pacientes com lúpus apresentarão todos os sintomas listados acima. A combinação e a intensidade dos sintomas variam de acordo com a pessoa e a fase da doença.
Ao perceber qualquer um desses sintomas, é importantíssimo buscar orientação médica. O diagnóstico precoce aumenta consideravelmente as chances de sucesso do tratamento.
Quais exames auxiliam a identificar o lúpus?
Para diagnosticar a doença, o médico responsável pelo caso, primeiramente, realiza uma avaliação clínica do paciente e exame físico para identificar manifestações iniciais. Após isso, é possível que o profissional solicite alguns exames auxiliares.
Entre os exames de sangue mais comuns para detectar lúpus, vale destacar:
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Hemograma completo: avalia a contagem de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas;
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Fator antinuclear (FAN): pesquisa a presença de anticorpos antinucleares no sangue, que são encontrados em cerca de 95% dos pacientes com lúpus;
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Anti-DNA de fita dupla: pesquisa a presença de anticorpos anti-DNA de fita dupla no sangue, que são específicos do lúpus e estão presentes em cerca de 70% dos pacientes com a doença;
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Anti-Sm: pesquisa a presença de anticorpos anti-Sm no sangue, que são encontrados em cerca de 30% dos pacientes com lúpus;
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Outras análises: função renal, função hepática, crioglobulinas, eletroforese de proteínas, etc.
Exames de urina que também podem ser úteis são:
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EAS (exame de rotina de urina): pesquisa a presença de sangue, proteínas e outras alterações na urina.
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Proteinúria de 24 horas: quantifica a quantidade de proteína excretada na urina em 24 horas.
Apesar de o lúpus ainda não ter cura, os tratamentos atuais procuram melhorar a qualidade de vida pelo controle dos sintomas e pela diminuição das crises. Normalmente, os pacientes são orientados a adotar mudanças no estilo de vida, incluindo dieta e medidas de proteção à exposição solar, além de fazer uso de medicamentos.
E se você quiser saber mais sobre os exames que realizamos, seja para auxiliar a identificar lúpus ou qualquer outro distúrbio, basta entrar em contato com nossa equipe pelo WhatsApp. Não se esqueça de também nos acompanhar no Instagram, pois sempre o mantemos atualizado com informações relevantes para sua saúde e bem-estar!