Publicado em 15/03/2024

Anti-mülleriano: um importante exame para quem planeja engravidar!

Avaliar a saúde e a fertilidade dos futuros papais é uma das principais medidas para quem está planejando engravidar. Existem diversos exames muito úteis nesse momento, e o anti-mülleriano é um dos mais importantes para mulheres.

Este exame mede a presença de um hormônio chamado anti-mülleriano (também chamado de AMH) no organismo, o que auxilia a estimar a quantidade de óvulos que a paciente possui.

Qual é a função do hormônio anti-mülleriano?

O hormônio anti-mülleriano é uma glicoproteína produzida pelas células do ovário feminino. Possui um papel fundamental em dois processos:

  • Desenvolvimento Fetal: quando os fetos masculinos estão em desenvolvimento, o hormônio inibe o crescimento dos ductos de Müller, o que possibilita a formação dos órgãos genitais.

  • Regulação da função do ovário: em mulheres adultas, o hormônio é secretado pelas células granulosa dos folículos ovarianos, as estruturas que abrigam os óvulos. Ele atua na regulação do crescimento e desenvolvimento dos folículos, impedindo que muitos amadureçam ao mesmo tempo. Além disso, também ajuda a determinar a reserva ovariana, ou seja, a quantidade de óvulos que uma mulher possui.

Graças à segunda função, é possível avaliar a fertilidade da mulher. A presença de altos níveis de hormônio anti-mülleriano no organismo podem indicar uma grande reserva ovariana, o que geralmente significa que a mulher tem um bom potencial reprodutivo. Já níveis baixos podem indicar uma reserva ovariana reduzida, o que pode afetar a fertilidade.

Entretanto, é importante mencionar que mulheres com baixos níveis de hormônio anti-mülleriano ainda podem engravidar, seja naturalmente ou com a ajuda de técnicas de reprodução assistida.

Além disso, este hormônio não é o único fator que pode afetar a fertilidade. A qualidade dos óvulos, a saúde das trompas de Falópio e do útero, a contagem de espermas, e a saúde geral de ambos os pais também é extremamente importante para que a gravidez aconteça.

O que pode causar alterações nos níveis de hormônio anti-mülleriano?

Existem inúmeros fatores que podem interferir na produção do hormônio anti-mülleriano e levar a uma presença diferente do esperado. Alguns dos principais exemplos são:

Fatores naturais:

  • Idade: A reserva ovariana diminui naturalmente com a idade, o que leva à queda dos níveis do hormônio.

  • Menopausa: Níveis de hormônio anti-mülleriano geralmente caem drasticamente na menopausa.

  • Falência ovariana prematura (FOP): Uma condição que leva à perda da função ovariana antes dos 40 anos.

  • Síndrome do ovário policístico (SOP): Um distúrbio hormonal que pode causar irregularidades menstruais e ovulação rara. Uma taxa elevada de hormônio anti-mülleriano pode ser um indicativo da doença.

Fatores genéticos:

  • Síndrome de Turner: Uma condição genética que afeta os cromossomos e pode levar à falência ovariana prematura.

  • Outras síndromes genéticas: Certas síndromes genéticas raras podem estar associadas a níveis baixos de hormônio anti-mülleriano.

Fatores ambientais:

  • Tratamentos contra o câncer: Radioterapia e quimioterapia podem danificar os ovários e levar à diminuição da reserva ovariana.

  • Doenças autoimunes: Doenças como a doença de Hashimoto e o lúpus podem afetar a função ovariana.

  • Tabagismo: O tabagismo pode acelerar a perda de óvulos e reduzir os níveis do hormônio anti-mülleriano.

Outros fatores:

  • Cirurgias ovarianas: Remoção de um ou ambos os ovários pode levar à diminuição da reserva ovariana.

  • Endometriose: Uma condição em que o tecido endometrial cresce fora do útero, podendo afetar a fertilidade e os níveis do hormônio anti-mülleriano.

  • Estresse crônico: O estresse crônico pode afetar os hormônios e a função ovariana.

Como mencionamos anteriormente, diversos fatores podem interferir na produção hormonal. Por isso é importante contar com a orientação de um profissional qualificado.

Como o exame anti-mülleriano é feito?

O exame anti-mülleriano é simples e indolor, realizado a partir de coleta sanguínea. Aconselha-se um jejum de 4 horas. Pode ser feito em qualquer etapa do ciclo menstrual. O soro do sangue é analisado em ambiente laboratorial através de um método chamado de quimioluminescência e um laudo é emitido.

Apesar de ser comumente utilizado para avaliar a fertilidade feminina, o exame também pode ser solicitado para outros fins, incluindo:

  • Identificar distúrbios ovarianos;

  • Monitorar a saúde ovariana;

  • Análise da proximidade da menopausa;

  • Cuidado pré-congelamento de óvulos.

Por fim, vale reforçar que o resultado do exame deve ser interpretado por um médico, pois ele é o único capaz de oferecer orientações adequadas ao seu caso. Com este e outros exames em mãos, o profissional poderá indicar os melhores caminhos a serem tomados, independente de qual seja o quadro.

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