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Síndrome dos Ovários Policísticos: entenda como afeta a saúde reprodutiva
Publicado em 13/09/2024

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença que afeta os ovários, órgãos localizados ao lado do útero e responsáveis pela pela produção dos hormônios sexuais femininos.
A SOP é caracterizada pela presença de cistos (formações anormais, cheias de líquido ou de uma substância semissólida) na região, que podem desencadear desde problemas simples, como irregularidade menstrual e acne, até outros mais graves, como obesidade e infertilidade.
Dados indicam que ela pode atingir de 6 a 10% das mulheres em idade fértil. Ainda não se conhece uma causa específica para a condição, mas sabe-se que muitos fatores estão envolvidos, como resistência à insulina, desequilíbrio hormonal e inflamações crônicas. Um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP), utilizando ratas, também observou que o estresse pode induzir a síndrome.
Quais são os sintomas da Síndrome dos Ovários Policísticos?
A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma condição complexa e multifatorial. A interação entre seus diferentes fatores pode variar de mulher para mulher, o que torna o diagnóstico e tratamento da SOP um desafio, além de também haver a possibilidade de manifestar sintomas variados de acordo com cada caso.
Entretanto, os sintomas mais comuns são:
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Irregularidades menstruais ou ausência de menstruação
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Acne e oleosidade da pele
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Hirsutismo (excesso de pelos em áreas masculinas)
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Aumento de peso
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Cistos nos ovários
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Queda de cabelo
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Resistência à insulina
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Apneia do sono
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Depressão e ansiedade
O diagnóstico da SOP parte da avaliação destes sintomas. De acordo com os critérios de Rotterdam, estabelecidos em 2003, é preciso identificar a presença de pelo menos dois dos três fatores a seguir:
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Irregularidades Menstruais ou Ausência de Ovulação (Anovulação);
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Excesso de Andrógenos (Hiperandrogenismo);
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Detecção de cistos nos ovários por exame de ultrassom.
Além dos critérios de Rotterdam, outros exames adicionais podem ser solicitados para excluir outras condições ou confirmar o diagnóstico. Alguns exemplos são:
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Exames hormonais: para medir níveis de testosterona, hormônio luteinizante (LH), hormônio folículo-estimulante (FSH), prolactina e hormônios da tireoide.
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Exame de glicemia e insulina: para avaliar resistência à insulina, já que muitas mulheres com SOP têm risco aumentado de diabetes tipo 2.
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Perfil lipídico: também conhecido como lipidograma, é recomendado para verificar níveis de colesterol e triglicérides, já que a SOP está associada a maior risco cardiovascular.
Como mencionamos anteriormente, o diagnóstico da síndrome pode ser desafiador, uma vez que ela compartilha características similares com outras doenças, como a Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC), Síndrome de Cushing, Insuficiência Ovariana Primária, distúrbios da tireoide e até mesmo câncer do ovário. Assim, é indispensável buscar a orientação de um especialista para um diagnóstico preciso.
Como a Síndrome dos Ovários Policísticos afeta a saúde reprodutiva?
As alterações hormonais características da SOP podem interferir em diversos aspectos da fertilidade e do ciclo menstrual. Alguns dos principais exemplos são:
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Irregularidades menstruais: A SOP é frequentemente associada a ciclos menstruais irregulares, que podem variar desde períodos muito longos ou muito curtos até a ausência completa da menstruação (amenorreia).
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Anovulação: Um dos principais problemas da SOP é a anovulação, ou seja, a ausência de ovulação. Sem a liberação regular de óvulos, a gravidez se torna mais difícil.
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Infertilidade: A anovulação crônica é uma das principais causas de infertilidade em mulheres com SOP. A dificuldade em ovular reduz significativamente as chances de engravidar naturalmente.
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Abortamentos espontâneos: Mulheres com SOP têm um risco ligeiramente maior de sofrer abortos espontâneos, possivelmente devido aos desequilíbrios hormonais e à inflamação crônica associada à condição.
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Gravidez ectópica: A SOP pode aumentar o risco de gravidez ectópica, que ocorre quando o óvulo fertilizado se implanta fora do útero, geralmente nas trompas de Falópio.
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Síndrome dos ovários policísticos na gravidez: A SOP pode influenciar a gravidez, aumentando o risco de complicações como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e parto prematuro.
Além disso, alterações associadas a ela, como a inflamação crônica e a resistência à insulina, podem afetar a qualidade dos óvulos e a função reprodutiva. A síndrome também pode causar alterações no endométrio, a camada interna do útero, e torná-lo inadequado para receber um óvulo fertilizado.
Entretanto, apesar de todos estes obstáculos, muitas mulheres com SOP conseguem engravidar e ter uma gestação saudável, desde que recebam um tratamento adequado e a orientação necessária.
O tratamento pode variar de acordo com cada caso, pois consiste em combater possíveis causas e aliviar os sintomas. Normalmente, incluem a adoção de hábitos de vida saudáveis, uso de medicamentos e até intervenção cirúrgica. Também pode incluir opções para tratar comorbidades e complicações associadas à síndrome, bem como soluções para combater a infertilidade.
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